O Google está transformando a busca em um agente que faz, não só que responde.
A empresa iniciou a expansão global do AI Mode, experiência de busca conversacional, para mais de 180 países e territórios, inicialmente em inglês, e estreou recursos agentic capazes de executar tarefas do mundo real. O primeiro teste prático? Reservas de restaurantesfeitas direto pela busca, com base em preferências como horário, número de pessoas, localização e tipo de cozinha.
A novidade marca uma mudança de fase: do “responda minha pergunta” para o “resolva isso pra mim”. Nos EUA, assinantes do plano Google AI Ultra já podem usar o AI Mode para encontrar mesas disponíveis em múltiplas plataformas (OpenTable, Resy, Tock) e seguir para a página de reserva com um clique.
É um recurso premium, restrito a quem paga, e o Ultra custa US$ 249,99/mês nos EUA, com benefícios extras e limites mais altos de uso.
Por trás dessa “mágica” está o Project Mariner, tecnologia de agentes da própria Google que navega a web como um humano, enxerga botões e formulários e executa fluxos de vários passos (preencher campos, comparar opções, checar estoque/agenda em tempo real).
A companhia já havia antecipado que traria as capacidades agentic do Mariner para o AI Mode — e agora isso aparece em produção, começando pelo recorte de restaurantes. Em termos técnicos, é a mesma base que permite ao agente usar o Chrome para automatizar ações com segurança e isolamento.
Além de agir, a busca fica mais pessoal (com opt-in). Para usuários nos EUA que participam do experimento no Labs, o AI Mode pode considerar histórico de interações e preferências — por exemplo, sugerir um italiano ao ar livre quando você pede “um almoço rápido” — e agora também permite compartilhar um resultado por link, para que outra pessoa continue a conversa e ajuste os critérios (ótimo para planejar viagens e eventos em grupo)
Para empresas, o impacto é estratégico. Se o agente resolve dentro do Google o que antes terminava em um formulário no seu site, parte da descoberta e da conversão migra de canal. Isso pressiona páginas de reserva, catálogos e integrações: dados estruturados impecáveis, políticas de disponibilidade e preços consistentes, e parcerias com marketplaces relevantes viram diferencial. Em paralelo, privacidade, governança e mensuração (de onde vem a venda? qual foi o “assist” do agente?) entram na pauta de marketing e TI.
O que fazer agora (guia rápido)
-
Prepare seus dados: esquema, inventário/agenda e política de preços consistentes aumentam a chance de o agente te “entender” e recomendar.
-
Otimize a experiência de reserva: páginas com carregamento rápido e fluxo simples; se houver deep links de parceiros, garanta que funcionem.
-
Monitore o mix de aquisição: crie UTMs e eventos para identificar conversões iniciadas via AI Mode vs. tráfego orgânico clássico.
-
Reforce governança de IA: defina políticas de dados, consentimento e auditoria para experiências personalizadas.
Para profissionais, o recado é claro: IA agentic deixa de ser demo e vira ferramenta de produtividade. Entender como projetar prompts orientados a tarefas, como conectar dados de negócio e como medir qualidade e custo do agente passa a fazer parte do trabalho, do marketing ao atendimento, do produto ao TI.
Como a Fast Lane pode ajudar
Se você quer operacionalizar IA agentic no seu time e no seu site (dados estruturados, integrações e governança), montamos um plano de treinamento com workshops, labs práticos e trilha de capacitação alinhada ao seu papel.
Fontes oficiais e cobertura adicional
- Expansão global do AI Mode, inglês e novos recursos (reservas), personalização e compartilhamento nos EUA. Google blog, The Verge.
- Recursos agentic, restaurante e próximos passos (tickets, serviços locais). TechCrunch
- Project Mariner integrado ao AI Mode; agente navegando e executando tarefas no navegador. Google blog
- Plano Google AI Ultra e preço nos EUA. Google blog